Cap.
X
– Temperança
“A virtude se
relaciona com paixões e ações” (1109b30)*.
Temperança: o meio-termo entre prazeres e dores do corpo e,
assim como a coragem, “virtudes das partes irracionais” (1117b24). O excesso, intemperança; a falta, insensibilidade. A
temperança se relaciona com prazeres do tato e do paladar, e assim se assemelha
mais com os prazeres compartilhado pelos animais.
Já os intemperantes, no
comer, no beber, na união do sexo, “só interessa o gozo do objeto em si” (1118a31), e isso é motivo de censura, pois a intemperança “nos domina não como
homens, mas como animais” (1118b3).
Cap.
XI
– Intemperança
Dos Apetites: “diferentes coisas agradam a diferentes indivíduos” (1118b14), sendo que o apetite do alimento natural se limita a preencher o que
nos falta. Os excessos, sem moderação, a intemperança.
Dos Prazeres: segundo Aristóteles, o excesso em relação aos
prazeres do corpo é culpável, e as pessoas costumam exceder de três modos: “se
comprazem em coisas com as quais não deveriam comprazer-se (porquanto são
odiosas),” e quando é lícito, “o fazem mais do que se deve e do que o faz a
maioria dos homens” (1118b25).
Aqueles que ficam aquém da medida em relação aos prazeres são insensíveis (muito raro).
“O homem
intemperante é assim chamado porque sofre mais do que deve quando não obtém
as coisas que lhe apetecem (sendo, pois, a sua própria dor um efeito do
prazer), e o homem temperante leva
esse nome porque não sofre com a ausência do que é agradável nem com o fato de
abster-se” (1118b31).
Cap.
XII
– Intemperança voluntária
A intemperança é uma disposição voluntária e atuada
pelo prazer. É praticada “sob o impulso do apetite e do desejo” (1118b32). E por isso mesmo mais passível de censura.
Educação: e por tudo isso a intemperança deve ser refreada o
mais cedo possível. As crianças, que vivem à mercê dos apetites e das coisas
agradáveis, “se não forem obedientes e submissas ao principio racional, irão a
grandes extremos, pois num ser irracional o desejo do prazer é insaciável” (...) “Acresce que o exercício do prazer aumenta-lhe a força inata, e quando os
apetites são fortes e violentos, chegam ao ponto de excluir a faculdade de
raciocinar" (1119a5).
Conclusão: O fim desejado, na forma e no tempo devido: "No
homem temperante o elemento apetitivo deve harmonizar-se com o principio
racional, pois o que ambos têm em mira é o nobre, e o homem temperante apetece
as coisas que deve, da maneira e na ocasião devidas; e é isso que prescreve o
princípio racional" (1119b15). Para Nietzsche, é quando Apollo devora Dionísio.
*ARISTÓTELES (348-322 a.C). Metafísica : livro 1 e
livro 2 ; Ética a Nicômaco ; Poética ; seleção de textos de José Américo Motta
Pesanha ; trad. Vincenzo Cocco; -- São Paulo : Abril Cultural, 1979. (Os
pensadores).
Texto Completo: ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco.
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