Filosofia, Educação e Tecnologias da Informação e da Comunicação

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Douglas Walton - Lógica Informal


1 - O ARGUMENTO COMO DIÁLOGO RACIONAL[1]  (p1)

A teoria da lógica informal baseia-se no conceito de diálogo de perguntas e réplicas como forma de interação entre dois participantes, ou seja, no contexto de perguntas e respostas, investigaremos alguns tipos de argumentos mais utilizados quando duas pessoas raciocinam juntas.

Argumento: em lógica, um argumento é um conjunto de enunciados, um dos quais é chamado de conclusão, e os restantes, de premissas. (ABBAGNANO, 2007, p. 90)[2]. Ex.: Estudarei bastante sobre as normas do bom argumento. Logo, saberei avaliar melhor a posição de cada argumentador.

Métodos Críticos: Nesse capítulo, veremos alguns métodos de análise crítica de avaliação do argumento. Método crítico diz respeito a como “avaliar de forma imparcial e razoável os pontos fortes e fracos de qualquer argumento que ocorra, por exemplo, no contexto de um debate acalorado, de um conflito de opiniões, de um processo de persuasão racional, de questionamento, de crítica ou de interrogatório pode ser analisado pelos métodos que seguem.". Criticar é afirmar seus pontos forte, fracos, errôneos ou falaciosos.

Teoria Lógica (semântica) X Pragmática Lógica (contextual)

"A Teoria Lógica tende a enfatizar as relações semânticas, ou seja, relações entre conjuntos de proposições verdadeiras [V] ou falsas [F]", basicamente preocupa-se apenas com as proposições, sendo o argumento mero conjunto de proposições, importa somente a verdade ou falsidade dessas proposições. "O contexto mais amplo do diálogo não é levado em conta".

"A Pragmática Lógica diz respeito ao uso que um argumentador faz dessas proposições". O argumento é uma alegação que deve ser pertinente à conclusão; interessa-se pelo uso racional das proposições tendo em vista alcançar um objetivo, como construir ou refutar um raciocínio no contexto dialógico. "Do ponto de vista pragmático, cada argumento tem que ser considerado no contexto de um ambiente de diálogo determinado". Perceber os diferentes contextos no qual o diálogo está inserido é uma exigência para a análise racional de um argumento. (p2)

O Diálogo: “Um diálogo é uma sequência de trocas de mensagens ou atos de fala entre dois ou mais participantes”, ou melhor, "é uma troca de perguntas e respostas entre duas partes". No contexto do diálogo, os participantes devem cooperar no interesse de alcançar seus objetivos. Um mau argumento surge quando essa obrigação básica deixa de ser cumprida.


Tipos de diálogos argumentativos – 08 tipos (p4)
(ou 08 tipos fundamentais de crítica e argumentação racional).

Cada um com “uma situação inicial distinta e diferentes regras de procedimento para atingir o objetivo”.

1. Altercação Pessoal: diálogo caracterizado pela perda de perspectiva equilibrada, "por ataques pessoais agressivos, apelo às emoções e vontade de vencer a discussão a qualquer custo". A meta é atacar ou atingir o oponente de qualquer forma. É caracterizada pelo falacioso ataque ad hominem (ataque contra a pessoa e não contra o argumento) e o uso de argumentos emocionais.

Situação Inicial: inquietação emocional / Meta: atingir o outro / Método: ataque pessoal.

2. Debate Forense: nele, há juízes (uma terceira parte não sujeita aos ataques). O debate é regido por regras de procedimentos, as vezes, permissivas, dando lugar a argumentos falaciosos que são valorizados como boa tática de debate. "O proposito básico do debate forense é conquistar uma vitória verbal contra o oponente impressionando a plateia (ou árbitro)". "Nem sempre um argumento bem sucedido é um argumento racional do ponto de vista da lógica": impressionar é o mais importante.

Situação Inicial: disputa forense / Meta: impressionar a plateia / Método: eloquência verbal

3. Diálogo Persuasivo ou Discussão Crítica (o mais significativo): dois participantes, duas teses (conclusão) a provar. Cada participante procura provar sua própria tese "através de regras de inferência [raciocínio] baseadas nas concessões do outro". O processo persuasivo transcorre buscando provar sua tese a partir de premissas que o outro aceita ou com as quais está comprometido. Também coopera com o outro na tentativa de provar a tese dele. Exige respostas úteis e honestas sendo, portanto, normativo. Há um comprometimento plausível baseado em prova racional, mas não conclusiva. Podem ser usados dois tipos de prova:

a. Prova interna: "cada participante infere uma proposição a partir da concessão do outro" (método básico);

b. Prova externa: introdução de 'novos fatos' nos argumentos através de opinião de fontes especializadas. Quando uma prova externa é aceita na discussão, "pode-se recorrer a ela como uma [nova] premissa para uma prova interna".

Situação Inicial: diferença de opinião / Meta: persuadir o outro / Método: prova interna e prova externa.

4. Diálogo Investigativo: o método investigativo procura avançar tirando conclusões de premissas estabelecidas com base sobre provas sólidas. "As premissas só podem ser proposições reconhecidamente verdadeiras, aceitas como informação confiável por todas as partes". "A meta não é provar conclusivamente nenhum dos lados", mas obter "incrementos de conhecimento", o máximo de certeza com as evidências disponíveis. Na investigação os investigadores são neutros em busca de uma verdade objetiva, conclusiva. Eles são mais cooperativos que conclusivo. É essencialmente cumulativo. Parte de um ponto inicial e busca “certo grau de falta de conhecimento a ser superado”.

Situação Inicial: falta de prova / Meta: estabelecer provas / Método: argumentação baseada em conhecimento

5. Diálogo de Negociação: o objetivo é fazer um bom negócio, “e o método é a barganha." Necessariamente, "não precisa envolver compromisso com a verdade." As concessões feitas por ambas as partes não são comprometimentos, mas acordos em troca de vantagens. O diálogo de negociação é totalmente competitivo, "baseado francamente no ganho pessoal", compete-se por bens ou benefícios em condições de escassez.

Situação Inicial: diferença de interesses / Meta: obter ganho pessoal / Método: barganha

6. Diálogo de Informação: "uma das partes tem o objetivo de descobrir informações que a outra parte tem".

Situação Inicial: falta de informação / Meta: descobrir informações / Método: questionamento

7. Diálogo Procura de Ação: "o objetivo de uma das partes é fazer com que a outra siga um determinado curso de ação".

Situação Inicial: necessidade de ação / Meta: produzir ação / Método: imperativos do tema

8. Diálogo Educacional: uma parte tem o objetivo de transmitir conhecimento para o outro.

Situação Inicial: ignorância / Meta: transmitir conhecimento / Método: ensino


2 - COMPONENTES DO DIÁLOGO ARGUMENTATIVO (p12)

O Diálogo Argumentativo pode ser dividido em quatro estágios:

1. Estágio inicial: neste estágio, é especificado o tipo de diálogo e são esclarecidas as regras de procedimento*: explícitas (como num julgamento criminal); ou de acordo com o costume e a boa educação, de forma que o diálogo possa ser conduzido sob pré-determinada expectativa de normalidade.

2. Estágio de confrontação: anunciado o tema do diálogo (o assunto a ser resolvido), de forma que torne o objetivo claro, aceito, estabelecido.

3. Estágio de argumentação: através de métodos apropriados e de maneira ordenada, a contribuição que cada parte implica para atingir o objetivo do diálogo.

4. Estágio final: os participantes concordam com o fim do diálogo.

*Regras de procedimento (p14):

a) Regras de locução: estipulam os tipos de atos de fala ou locuções;
b) Regras de diálogo: especificam a vez de cada um e ‘quem’, ‘quando’, pode ou deve se pronunciar;
c) Regras de comprometimento: especifica como cada tipo de locução agrega comprometimento;
d) Regras de estratégia: determina a sequência de locuções que avançam para a realização do objetivo do diálogo.
e) Regras de pertinência: “exige que o participante não se desvie do assunto (o objetivo do diálogo), sob pena de ser contestado”.
f) Regras de cooperação: exige respostas cooperativadas e comprometidas que reflitam uma posição.
g) Regras de nível de informação: “exige que cada participante adapte seus argumentos ao que a outra parte sabe ou não sabe”.

3 - DIÁLOGO PERSUASIVO (DISCUSSÃO CRÍTICA) (p16)

Dois tipos básicos de diálogo persuasivo:

a) Diálogo persuasivo assimétrico: diferentes obrigações, fracamente opostas, uma das partes apenas procura levantar questões que reflitam suas dúvidas em relação às provas; apenas nega, questiona ou não aceita a tese do outro, “mas não é obrigado a provar o oposto dessa tese”.

b) Diálogo persuasivo simétrico: mesmas obrigações, fortemente opostas. Ambas as partes têm o ônus da prova positiva, ou seja, buscam provar suas teses opostas. Possuem comprometimentos distintos, definido por um conjunto de proposições igualmente distintas.

O objetivo estabelece a quem pertence o ônus da prova (a incumbência de provar). O padrão mais rigoroso é estabelecido para o argumento dedutivamente válido, que exige que seja logicamente ‘impossível’ que a conclusão seja falsa se as premissas forem verdadeiras. P (v) -> Q (v) (p19)

O argumento indutivamente forte, “se as premissas forem verdadeiras, então é ‘provável’ que a conclusão seja verdadeira.” “É evidente que a força indutiva é uma exigência menos rigorosa para o sucesso de um argumento do que a validade dedutiva”. (p20)

No argumento plausível, o requisito para o sucesso da prova positiva é ainda menos rigoroso. Esse argumento é mais fraco. Premissas ‘plausíveis’. Logo, conclusão plausível. O argumentador deve estar comprometido na mesma medida com a premissa e a conclusão. “A função do argumento plausível é transferir o ônus da prova”.

4 – REGRAS NEGATIVAS DO DIÁLOGO PERSUASIVO (p22)

“As regras positivas do diálogo persuasivo proporcionam um modelo normativo de bom diálogo persuasivo”, uma espécie de diálogo ideal. Estas regras também implicam regras negativas que exprimem proibições. “Violar tais proibições pode resultar em diversos tipos de erros, falhas e deficiências de argumentação”: as falácias informais.

A Falácia é um erro grave de lógica ou falha fundamental de raciocínio.

Falácias informais (sophistici elenchi ou refutações sofísticas): “são estratégias de argumentação sistematicamente enganosas, baseadas num erro básico e sistemático do diálogo racional”. Parecem ser plausivelmente corretas, mas não são. Algumas violações se encaixam na categoria de ‘tolice’ (erros, lapsos); outras, em ‘argumentos incompletos’ (que não respondem ao questionamento crítico, não passam de argumentos fracos).

Vejamos algumas regras negativas de conduta que podem ocorrer nos diferentes estágios da argumentação. As transgressões dessas regras podem levar a algumas falácias informais importantes que veremos adiante:

1. Estágio inicial
- Não permitir mudanças do tipo de diálogo para outro;

2. Estágio de confrontação
- Não permitir modificar a pauta;
- Recusa em aceitar uma pauta específica;

3. Estágio de argumentação
- Não é permitido não cooperar;
- Não é permitido transferir ou alterar ilicitamente o ônus da prova;
- Não é permitido introduzir uma prova interna usando premissas não admitidas pela outra parte;
- Não é permitido recorrer a provas externas injustificáveis;
- Não é permitido cometer falha de pertinência (tese ou conclusão errada, se desviar do ponto a ser provado, responder inapropriadamente);
- Não é permitido deixar de fazer perguntas cabíveis ou perguntar inadequadamente;
- Não é permitido não definir, esclarecer ou justificar as informações necessárias para alcançar o objetivo.

4. Estágio final
- Não forçar o fim prematuro.

Lembrando que o propósito básico do diálogo persuasivo é dar aos participantes a oportunidade de se expressar de forma razoável e regrada, provando suas opiniões, quando possível. Os argumentadores são livres para expressar e contestar diferentes pontos de vista, interagindo e raciocinando juntos, na construção de teorias coerentes que avançam em busca de uma meta objetiva.


5 – ALGUMAS FALÁCIAS INFORMAIS IMPORTANTES (p26)

Falácias informais: alguns erros e táticas enganosas.

1. Falácia das perguntas múltiplas (ou de perguntas complexas*): pergunta agressiva pressupondo comprometimento com questões anteriores que podem prejudicar o oponente.

*Perguntas complexas: Perguntar é introduzir pressupostos num diálogo. “O pressuposto é uma proposição supostamente aceitável para o oponente, que ficará comprometido com ela ao dar qualquer resposta direta”. Ou seja, perguntas contêm informações positivas em forma de proposições. Perguntar, além de introduzir proposições é também argumentar e influenciar o curso da argumentação. Essas perguntas, consideradas complexas, às vezes são falaciosas porque estão cheias de pressupostos. Eles funcionam como uma armadilha para o oponente que de repente se vê obrigado a admitir uma proposição capciosamente colocada entre outras, com a qual não está comprometido. A pergunta complexa é muitas vezes longa, com uma multiplicidade de questões interligadas também de maneira complexa, o propósito falacioso é obter afirmações positivas para todas elas.

2. Falácia da conclusão não pertinente (ignoratio elenchi)*: “O argumento é conduzido de maneira que prove uma conclusão errada ou não pertinente. O argumento pode ser válido, mas o problema é que se afastou da questão”. Um dos participantes se desvia do ponto a ser provado (diversionismo); apela para as emoções (falácias emocionais ou falácias de pertinência); ou força o fim prematuro da argumentação

*Alguns tipos de críticas de não pertinência (ignoratio elenchi) (p109):
a) Tirar a conclusão errada;
b) Refutação mal concebida. Incapacidade de refutar a tese do oponente ou apresentar provas contrárias razoáveis;
c) Modifica a questão inteira introduzindo um paralelo diversionista;
d) Introdução de proposições estranhas à proposição a ser estabelecida. Não coincidência de assunto;
e) Exagera a conclusão que o oponente deve supostamente provar;
f) Compreende mal a conclusão de um argumento no caso de uma proposição complexa;
g) Introduz premissas adicionais que se desviam do curso da argumentação.

3. Falácia argumentum ad baculum (apelo à força): Um dos participantes recorre à força ou ameaça para impor sua conclusão;

4. Falácia argumentum ad misericordiam (apelo à piedade);

5. Falácia argumentum ad populum (apelo às emoções coletivas): as duas últimas geralmente ocorrem quando um dos participantes impõe sua conclusão sem ter cumprido a obrigação de justifica-la através de provas fortes e pertinentes.

“O uso da emoção no argumento não é intrinsicamente falacioso ou errado. Somente o mau uso de um apelo emocional deve ser criticado como falacioso” (considerado um diversionismo ou artifício não pertinente).

6. Falácia argumentum ad hominem (ataque pessoal): ocorre “quando alguém critica um argumento atacando pessoalmente o argumentador”;

7. Falácia argumentum ad verecundiam (apelo à modéstia): “mau uso que um dos participantes faz da opinião de um perito ou autoridade na tentativa de se furtar à própria opinião” ou ao ônus da prova;

8. Falácia post hoc, ergo propter hoc (de causal correlação estatística): “está relacionada à indução e ao raciocínio estatístico”. “Fundamenta erroneamente uma conclusão causal numa fraca correlação estatística entre dois eventos”.

Veremos agora algumas falácias relacionadas com o uso da linguagem na argumentação. “Elas decorrem da imprecisão e da ambiguidade dos termos e frases da linguagem natural”.

1. Falácia argumentum ad ignorantiam (argumento da ignorância): Argumenta com base na ignorância, e que a impossibilidade de desmentir uma proposição a comprova;

2. Falácia do equívoco: advém da confusão de dois significados para um mesmo termo no argumento, quando há uma mudança contextual;

3. Falácia do espantalho: “ocorre quando a posição de um argumento é deturpada por ser citada de maneira errada, exagerada ou por sofrer outro tipo de distorção”;

4. Falácia do argumento circular (petitio principii, ou petição de princípio): “ocorre quando a conclusão a ser provada pelo argumentador já está pressuposta em suas premissas”.;

5. Falácia da ladeira escorregadia: “ocorre quando uma proposta é criticada, sem provas suficientes, sob a alegação de que vai levar, por uma sequência inevitável de consequências estreitamente ligadas, a um resultado catastrófico”;

6. Falácia da composição: “argumenta de maneira irracional, partindo dos atributos de algumas partes do todo, ou de membros de um grupo, para concluir dos atributos do todo ou do próprio grupo”;

7. Falácia da divisão: é o tipo oposto da argumentação falaciosa por composição. Partindo dos atributos do todo, conclui sobre os atributos das partes;

8. Falácia branco ou preto: “a pergunta coloca uma disjunção exclusiva que é restrita demais para representar as várias possibilidades razoáveis que uma resposta direta exige” (ou é uma coisa ou outra). (p54)

6 – PERSPECTIVA CRÍTICA (p36)

Um Diálogo Racional: “é uma sequência de perguntas e respostas em que cada participante tem uma tese ou conclusão a ser provada.” (WALTON, 2012, p. 88). O diálogo “deve ser essencialmente aberto e estimular perguntas esclarecedoras sobre todos os aspectos da questão controversa”. “Os dois participantes devem raciocinar juntos”. “A força de um argumento deve ser avaliada com base na sua eficácia”. “O diálogo só pode ser racional na medida em que o objetivo de construir uma argumentação mais forte do que a do componente é levada a cabo dentro de uma estrutura que regule ambas as partes”. A crítica tem que ser imparcial, uma diatribe unilateral será inútil e pouco esclarecedora. É preciso reconhecer seus pontos críticos, quando o diálogo se afasta de uma linha melhor de argumentação. “As falácias informais tradicionais [muitas vezes ardilosas e eficazes] nem sempre são usadas ilicitamente (transgressão de regras do diálogo honesto)”. Às vezes, nem falaciosos são, mas apenas fracos, dão margens à dúvida ou sem sustentação, baseados em provas sem valor. O crítico racional, conhecendo os esquemas de argumentação e questionamento crítico que acompanham as falácias e erros, deve que se esforçar para investigar os dois lados de uma questão, evitando qualquer engano que possa ser provocado por algum cego dogmatismo, devendo apenas avaliar os defeitos e os méritos reais do argumento.



[1] Walton, Douglas N. Lógica Formal : manual de argumentação crítica; trad.: Ana Lúcia R. Franco, Má Carlos A. L. Salum; revisão de trad.: Fernando Santos; 2 ed. --São Paulo : Editora WMF Martins Fontes, 2012.
[2] ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia; trad.: Alfredo Bossi; rev. trad. Ivone C. Benedetti. – 5 ed. – São Paulo : Martins Fontes, 2007.

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